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A Coragem de Ser Vulnerável: quando aceitar é o primeiro passo para curar

Neste artigo, exploramos a importância da vulnerabilidade, tendo por base uma abordagem focada na Terapia de Aceitação e Compromisso e na Terapia Focada na Compaixão.

A vulnerabilidade constitui um dos atos mais corajosos que um indivíduo pode experienciar. Brené Brown, investigadora reconhecida nesta área, afirma que “vulnerabilidade não é ganhar ou perder. É ter a coragem de se mostrar, mesmo quando não se pode controlar o resultado.” Este conceito coloca a vulnerabilidade como uma atitude de exposição genuína.

Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), a vulnerabilidade manifesta-se através da aceitação das emoções difíceis, como o medo, a tristeza e a vergonha, sem a tentativa de as evitar ou suprimir. Este processo consiste em criar espaço para a dor emocional, permitindo que o indivíduo viva em conformidade com os seus valores, mesmo perante o risco emocional. Esta abordagem promove a flexibilidade psicológica e a liberdade para agir em função do que é verdadeiramente importante.

A Terapia Focada na Compaixão (CFT) enfatiza a importância de uma maior aproximação da nossa dor, com gentileza e compreensão. Ao observarmos as nossas imperfeições, frequentemente surge o crítico interno que alimenta pensamentos como “vão-se rir de mim” ou “não sou suficiente”. A prática compassiva convida-nos a responder a esses pensamentos com gentileza e bondade, reconhecendo que o sofrimento faz parte da experiência humana e que não estamos sozinhos. Esta atitude facilita a resiliência emocional.

Numerosos ensaios clínicos sustentam a eficácia da ACT, demonstrando que agir com vulnerabilidade, mesmo perante emoções desconfortáveis, está associado a um aumento do bem-estar psicológico.

No âmbito da CFT, uma revisão conduzida por Vidal e Soldevilla (2023), que analisou 14 estudos, evidenciou que esta abordagem reduz significativamente a autocrítica e aumenta a autocompaixão.

Kristin Neff, pioneira no estudo da autocompaixão, definiu três componentes centrais: a bondade para consigo próprio, a atenção plena (mindfulness) e o reconhecimento da humanidade comum. Estudos subsequentes realizados por Neff e colaboradores indicam que indivíduos com níveis elevados de autocompaixão apresentam significativamente menores sintomas de depressão, ansiedade e stress, bem como maior resiliência emocional.

A vulnerabilidade, apoiada pelas abordagens da ACT e da CFT, representa uma postura integrada de coragem e compaixão que promove a autenticidade, a conexão e o bem-estar emocional. Aceitar as nossas emoções difíceis e cultivar a autocompaixão constituem fundamentos essenciais para enfrentar os desafios da vida com maior equilíbrio e plenitude.

Na NaturalMente Academy, acreditamos que o desenvolvimento emocional começa com a coragem de olhar para dentro – com vulnerabilidade, aceitação e compaixão. As nossas consultas e processos terapêuticos apoiam este caminho de autoconhecimento, ajudando cada pessoa a construir uma relação mais saudável consigo e com o mundo à sua volta.

Se sente que é tempo de se reconectar consigo e aprender a acolher as suas emoções com gentileza, a nossa equipa está de coração aberto para a/o acompanhar neste processo. 💚